Na dança das cadeiras do circuito, quem perde é você
E ainda: as rapidinhas do último mês e a agenda de junho
A linha do tempo é mais ou menos essa:
5 de maio: a Diamond Films confirma o lançamento de Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo para 23 de junho, depois de algumas várias semanas no silêncio acompanhando o sucesso do filme nos Estados Unidos
12 de maio: sai no Filme B a informação de que a Universal adiou em um mês os lançamentos de O Telefone Preto e Não! Não Olhe!, que saem respectivamente de 23 de junho e 21 de julho para… 21 de julho e 18 de agosto
25 de maio: com o lançamento do trailer, a Universal também confirma por aqui o adiamento do A Fera estrelado por Idris Elba para 1° de setembro, deixando a posição anterior de 18 de agosto que garantia seu lançamento simultâneo com o globo (19 de agosto, só pra desenhar)
Em resumo, a situação que se encena no calendário brasileiro de estreias depois dessas três semanas - e em termos de lançamentos de maior alcance no circuito - é a seguinte:
23 de junho: estreia Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo (Diamond)
21 de julho: estreia O Telefone Preto (Universal) e Boa Sorte, Leo Grande (Paris Filmes)
18 de agosto: estreia Não! Não Olhe! (Universal)
1° de setembro: estreiam A Fera (Universal), Men (Paris Filmes) e Um Lugar Bem Longe Daqui (Sony)
Deu pra reparar que há um pequeno problema aí? De uma hora para outra, primeiro de setembro deixou de ser uma semana tranquila - um “aquecimento” para o novo Salem’s Lot da Warner Bros, sendo generoso - para ganhar um “standoff” entre três distribuidoras com filmes razoavelmente fortes. É inevitável que alguém ceda e adie seu filme, e considerando a leve bagunça que está o calendário da Paris no mês - que ainda mira estrear o Three Thousand Years of Longing do George Miller e o Are You There God? It's Me, Margaret da Kelly Fremon Craig no mesmo setembro - eu chutaria que o candidato favorito a continuar a “corrente” é o longa do Alex Garland.
É claro que tudo pode mudar nos próximos três meses e até virar junho pra julho o calendário do segundo semestre segue um pequeno caos, mas essas “mudanças” não deixam de ser um belo balde de água fria. Sobretudo porque acontecem com títulos que parecem se beneficiar do timing do lançamento simultâneo ou pelo menos próximo com outros países, com quase todos sendo títulos de estúdio. Pegue o Não! Não Olhe!: de um dos grandes lançamentos de julho da Universal, o filme agora é um intermediário esquisito na estranha carreira dos filmes de Jordan Peele no circuito brasileiro, entre os três meses de demora para a chegada do Corra! aqui à estreia simultânea de Nós há três anos.
A questão é que a situação é menos que um problema restrito a um ou dois distribuidores e arrisca ser generalizada a todo o circuito, o qual ainda se arruma perante os atrasos gerados pela pandemia (a demora de três anos para os lançamentos de Vitalina Varela e O Traidor servindo de exemplos mais notáveis) e em especial as mudanças que a Covid-19 acelerou no mercado. Entre a desvalorização do real, os investimentos para elitização dos cinemas e a normalização das ocupações agressivas das salas, parece também ter se cristalizado entre os exibidores a ideia de que a programação pode seguir o próprio passo e “administrar” os lançamentos maiores no ritmo que achar mais conveniente. Até porque no fim não adianta acompanhar outros mercados, sobretudo o americano que sempre foi uma galinha dos ovos de ouro e tem uma rede de salas muito maior e de melhor penetração que a nossa.
(Vale lembrar também que há movimentos individuais que ajudam a configurar esses remanejamentos em cascata do calendário nacional, o que nos casos de maio envolve sobretudo o gerenciamento da distribuição dos filmes da Universal pela Warner Bros. no país desde o começo de 2021. É uma conversa que venho tendo bastante com os colegas que acompanham e trabalham no mercado desde sempre, aliás, até porque o malabarismo tem sido complexo para permitir que produções de dois estúdios de alcance global não se choquem aqui - dá pra reclamar bastante dos atrasos de O Homem do Norte, Licorice Pizza, Não! Não Olhe! e Telefone Preto, mas há de se levar em conta os adiantamentos inesperados de Ambulância, Jurassic World: Domínio, Os Caras Malvados e Downton Abbey II. Nesse caso, uma coisa parece ter se mantido e se reforçado: na Universal, o que importa são apenas as produções maiores.)
Todo essa reorganização é linda no papel, mas falha em um ponto essencial: o monitoramento de tendências globais. O que explica Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo demorar quase um mês para montar uma estratégia para um lançamento que vai demorar praticamente 60 dias para acontecer? E a decisão de sacrificar o filme de Jordan Peele em favor de Telefone Preto, sendo que este último até chegar aos cinemas já perdeu todo o gás do interesse que pode vir a ter na época da estreia lá fora (mantida, aliás)? Desde que o lançamento de Spencer foi engavetado em três meses a pedido dos exibidores, é notável o quanto se perdeu de vista as possibilidades que a viralização de certos filmes na internet pode ajudar no desempenho de determinadas produções.
É algo muito diferente também da relação do circuito com a pirataria, que a essa altura deixou de ser um mal intangível para ser uma reação à base de negação. De onde observo, os exibidores parecem muito determinados a encarar o público que consome os filmes de maneira ilegal como inexistente, preferindo entender que essas pessoas nunca irão ao cinema ver esses títulos a perceber que há uma relação de reação natural à inexistência de uma oferta no circuito - como sempre falo, a pirataria não é a banquinha de DVDs na frente do cinema, mas tampouco é uma tarefa fácil e rotineira o suficiente a ponto de ser naturalizado entre as pessoas. Isso explica bastante de como o Men foi parar em setembro no calendário, mesmo com seu lançamento no digital lá fora previsto para o fim de julho e começo de agosto.
Conforme se empurram as coisas com a barriga, se privilegiam essas correntes de adiamentos e começa a se estabelecer de vez o conceito de “blockbuster do mês”, o sentimento é um só: quem perde é a gente, não o circuito.
Rapidinhas
Acontece desde o ano passado e já ficou claro pra todo mundo, mas não deixa de impressionar a quantidade de trabalhos que Léa Seydoux vem tocando esses tempos. Com dois filmes em Cannes este ano (Crimes do Futuro e o Un Beau Matin da Mia Hansen-Løve), a mulher conseguiu confirmar mais dois projetos durante o mercado do festival: o novo remake em língua inglesa de Emmanuelle, dirigido pela atual vencedora do Leão de Ouro Andrey Diwan, e The Beast, novo filme de Bertrand Bonello que também tem George MacKay no elenco. Surreal;
Outra que está com o agente afiado é Rachel Zegler. Com apenas Amor, Sublime Amor na bagagem (um filme que lhe rendeu um mero Globo de Ouro, aliás), a atriz garantiu lugar no elenco do segundo Shazam!, vai dublar a animação Spellbound da Skydance pra Apple, será a Branca de Neve da Disney e agora conseguiu o papel titular nos novos filmes de Jogos Vorazes;
Ainda no departamento workaholic, quem diria que Ron Howard estaria “por cima” em 2022? O diretor no momento vê Thirtheen Lives, sua nova “aposta” pra prêmios ganhar uma estratégia à altura na Amazon, que botou a MGM pra fazer um lançamento híbrido em agosto da cinebiografia do resgate da caverna Tham Luang - ou seja, na prática saiu de novembro em distribuição menor pra virar estreia de temporada de verão. Não bastando isso, a Netflix bancou a produção de seu The Shrinking of Treehorn, projeto de anos que agora marca sua primeira incursão pela animação;
Falando em Amazon, não parece, mas Jennifer Salke segue empenhada em conseguir um Oscar pra plataforma. A mais nova vem de Cannes e é o acordo de pré-compra dos direitos de Saltburn, em tese o próximo filme de Emerald Fennell após o sucesso (e prêmios) de Bela Vingança. Elenco de peso no jogo: Jacob Elordi, Barry Keoghan e Rosamund Pike já estão garantidos;
Do mercado de Cannes a notícia mais interessante aconteceu pouco antes do evento, porém. A Sony adquiriu os direitos de distribuição de Here, filme da Miramax que além de adaptar uma graphic novel de Richard McGuire vai servir de reunião da equipe que fez acontecer Forrest Gump, incluindo Tom Hanks, Robin Wright, Robert Zemeckis e o roteirista Eric Roth - pois é, o live-action de Pinóquio do Disney+ não é o único que reúne Zemeckis e Hanks. A ideia é que o filme saia em 2023, obviamente a tempo dos prêmios;
Enquanto isso, Margot Robbie segue plantando franquias pra ela e sua produtora na Warner Bros. Depois de Barbie, o próximo é um novo Onze Homens e Um Segredo feminino, dirigido por Jay Roach e ambientado nos anos 60 pra botar distância de Soderbergh e o derivado estrelado por Sandra Bullock;
Ó céus, uma continuação de Isto É Spinal Tap é real, com Rob Reiner, o elenco todo e uma recém-renascida Castle Rock a bordo;
E a Gia Coppola está trabalhando num documentário sobre fãs de boy bands, com Jason Bateman de produtor executivo;
Um remake de Aracnofobia pelas mãos de Christopher Landon? Tá aí um casamento que pode funcionar;
Demorou um pouco, mas a Pixar confirmou qual seu filme para 2023: Elemental. Ainda que original, porém, nada que empolgue tanto quanto os recentes lançamentos, até pelo comando do diretor de O Bom Dinossauro e a premissa que é basicamente Divertida Mente/Soul com elementos naturais. Alguém tá tentando copiar os filmes de Pete Docter no estúdio;
Sem surpresa, a Netflix já desenvolve uma sequência e um filme prelúdio focado em Chris Evans para Agente Oculto, o blockbuster de julho da companhia que os irmãos Russo já preparam há dois anos (e com 200 milhões de dólares);
E não é que o Megalopolis de Francis Ford Coppola está em movimento? O diretor anunciou o elenco de seu ambicioso projeto que vai bancar sozinho, com direito a toda sorte de estrela do porte de Adam Driver, Forest Whitaker, Nathalie Emmanuel, Laurence Fishburne e… Jon Voight. Nada como o desafio de trabalhar com um trumpista assumido, acho;
Bom saber que Potsy Ponciroli abriu umas portas em Hollywood com seu Old Henry. Depois de conseguir Lily James, Joseph Gordon-Levitt e Himesh Patel, o novo filme do diretor fechou elenco com Uzo Aduba e Simon Rex. Batizado de Providence, o filme vem como uma comédia de mistério e já começou filmagens;
Depois de uma temporada na Netflix, David Michôd volta a trabalhar nos independentes com Wizards!, filme que será bancado pela Plan B e a queridinha A24. O filme já compôs um elenco e tanto, aliás: Pete Davidson, Franz Rogowski (!), Naomi Scott e Sean Harris estão a bordo;
E na surdina a sequência de Godzilla vs Kong segue a todo vapor. Depois de marcar a data de início das filmagens, agora é Dan Stevens que é o primeiro nome confirmado no elenco da continuação. A amizade com Adam Wingard rendendo alguma grana boa pro ator;
Enquanto isso, a Hammer ensaia um novo retorno com um novo filme de O Médico e o Monstro. Vai que dessa vez vai;
No desespero: um olhar detalhado sobre como anda o ânimo na Warner Bros. pro filme do Flash com todas as aparições de Ezra Miller no noticiário criminal;
De gênio por trás de True Detective a monstro. Cary Fukunaga é o mais novo nome identificado como predador sexual de Hollywood, poucos meses depois de ser amplamente celebrado pela indústria por seu trabalho 007: Sem Tempo Para Morrer. Depois da Dazed reunir uma série de denúncias de assédio do diretor no começo do mês, a Rolling Stone lançou uma longa matéria no último dia 31 dando detalhes dos relatos de abusos cometidos por ele até mesmo durante os trabalhos de Masters of the Air, a nova “continuação” de Band of Brothers que a Apple prepara. E esse caldeirão deve ferver ainda mais nos próximos dias;
Outro nome em situação difícil - mas do outro lado do planeta - é Naomi Kawase. A cineasta japonesa virou centro de uma grande denúncia no noticiário local envolvendo a exploração sexual de um ator, que se envolveu romanticamente com ela durante a produção de Hanezu apenas para ser chutado do meio após o término. Infelizmente há um padrão aí: nem faz dois meses que Sion Sono foi denunciado por assédio e um grupo de diretores do porte de Hirokazu Kore-eda e Koji Fukada assinaram uma carta aberta contra o que parece ser uma institucionalização do abuso sexual na indústria japonesa;
Por essas e outras, a recente decisão de Adèle Haenel em se afastar do cinema não é tão sem sentido assim. Mesmo que direcionado ao cinema francês, a atriz definiu com precisão os problemas vigentes no meio: “A indústria do cinema é absolutamente reacionária, racista e patriarcal”;
Por outro lado, dá pra ter alguma esperança nos pequenos passos, tipo a informação que Roman Polanski enfim começa a ter dificuldades para achar financiamento para seus filmes na França. Antes que alguém reacionarista pegue em armas, vale a informação que o próximo filme dele já está encerrando filmagens graças a fundos na Itália, Suíça e Polônia;
Enquanto isso, já tem gente falando de novo em greve no sindicato de roteiristas de Hollywood no próximo ano por conta das rotinas insanas de trabalho que o streaming impôs na indústria;
Sem surpresas, James Cameron e o segundo Avatar estão inspirando confiança nas redes de cinema para a nova volta do 3D;
Maio foi um mês cheio para antigos estúdios Fox e o Hulu. Primeiro a informação de que Prey, o novo Predador, vai sair apenas no streaming; depois, rolou a história do reboot de A Liga Extraordinária pela mão do 20th Century Studios, que também vai direto para a plataforma. Por fim, o Hulu e a Seachlight Pictures conseguiram negociar com a Annapurna a distribuição de Nightbitch, adaptação do livro de mesmo nome que será dirigido por Marielle Heller e tem Amy Adams no papel principal. É tudo insano, mas o que eu quero saber é como vai rolar isso no campo fora dos EUA;
Departamento “Não é cinema, mas a manchete é boa o suficiente pra entrar aqui”: a Apple quer mais séries como Ted Lasso pra impulsionar as assinaturas, mas a galera do mercado diz que o gênero de comédia não faz isso;
Na Netflix, o papo para cinema agora envolve concentrar esforços em menos filmes originais para encontrar hits garantidos - em resumo, diga adeus ao papo da “carta branca” que viabilizou O Irlandês;
O mundo segue dando voltas na Warner Bros. A dança das cadeiras no estúdio agora derrubou Toby Emmerich, que comandava a divisão geral de cinema da companhia desde que fora promovido da New Line para a posição em 2017. Seus sucessores são Michael De Luca e Pam Abdy, que deixam a MGM com a transição pra Amazon no começo de julho;
A parte interessante dessa movimentação é que ela faz parte da nova reorganização do estúdio em 3 verticais: Warner/New Line, produções da DC Comics e animações. Segundo o Hollywood Reporter, é a forma do CEO David Zaslav em “copiar” o esquema da Disney sob comando de Bob Iger, com todas as frentes em contato direto com ele. A parte peculiar: parece que ele pediu pro Todd Phillips para atuar como “conselheiro geral” nos filmes de boneco do estúdio;
Além disso, se há sete meses o papo era de cortar pela metade a produção para os cinemas do estúdio para fortalecer o catálogo de originais do HBO Max, agora Zaslav quer não só voltar ao número original como chegar a 25 lançamentos por ano nas telonas. O segredo? Os filmes que saem no circuito vão muito melhor que os lançados direto na plataforma (e assim descobriu-se o marketing);
Por outro lado, potencial de se tornar cômica a história da parceria da Bad Robot e J.J. Abrams com a Warner - até porque o Zaslav percebeu que o diretor até agora entregou nada e tá aí tocando negócios com a Apple e a Paramount;
Ainda nessa história da Warner no fim mantendo o ritmo de produção a 1 filme novo a cada duas semanas: essa declaração do James Gray não é nova (e dizem que há dez anos envolvia Avatar no lugar de Aquaman), mas resume bem o porquê de não funcionar a estratégia de focar todas as atenções em um tipo de filme;
Tuitei sobre no dia, mas vale notar de novo a pequena vitória que a Versátil conseguiu no mercado de mídia física daqui na semana passada com o box de filmes do Studio Ghibli em Blu-Ray. 500 unidades vendidas em tempo recorde sendo que nem é um lançamento, mas uma reedição de dois boxes combinados e vendidos na época da parceria com a Livraria Cultura, com o bônus do preço inicial ser R$ 300,00 e os filmes todos estarem na Netflix? Difícil não criar alguma esperança pro segmento por aqui, ainda mais depois do terceiro lote vender em 17 minutos no maior preço;
Cinema Speculation, o livro de ensaios sobre cinema de Quentin Tarantino, enfim ganhou data de lançamento lá fora: 25 de outubro, com pré-venda começando hoje e uma simpática capa laranja. Quem sabe uma versão traduzida não rola aqui com lançamento simultâneo, como foi o caso da ótima novelização de Era Uma Vez em… Hollywood no ano passado;
Pra fechar, três leituras legais que saíram nesse último mês. A primeira é essa longa entrevista que o Ted Sarandos deu pro New York Times no último sábado sobre a crise na Netflix. É um trabalho de PR? Claro, mas as complexidades e informações que surgiram no processo são fascinantes demais para deixar passar;
Sobre Cannes - e antes mesmo do júri revelar a lista de vencedores - o Bruno Carmelo escreveu no Meio Amargo um belo artigo sobre os problemas do festival com sua política de autores distorcida que, bem, explica boa parte do machismo das seleções oficiais. Só larga essa revolta com Cidade dos Sonhos, Bruno!
Por fim, essa conversa transcrita sobre o status da crítica no mundo pós-pandêmico é fascinante e cheio das surras que de vez em quando a gente precisa pra seguir em frente.
Calendário
Cinema
Além de Jurassic World: Domínio (2), Lightyear (16) e o segundo Minions (30), o circuito este mês se encarrega de novo de rechear a programação com estreias pendentes de meses. Isso inclui:
Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental (2), o Urso de Ouro “pandêmico” de Radu Jude;
Ilusões Perdidas (9), o mais recente vencedor do César de Melhor Filme;
Até a Morte - Sobreviver é a Melhor Vingança (9), o thriller estrelado por Megan Fox lançado em julho do ano passado nos EUA;
Assassino Sem Rastro (9), o mais recente filme de ação de Liam Neeson, agora com direção de Martin Campbell;
Aline - A Voz do Amor (16), a cinebiografia “ficcional” de Céline Dion;
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (23), como já citado nessa newsletter;
Seguindo Todos os Protocolos (23), que se tudo der certo chega enfim ao circuito;
Luta Pela Liberdade (30), penúltimo filme mais recente de Zhang Yimou;
E Carro Rei (30), brasileiro de Renata Pinheiro que além de vencer o último Festival de Gramado também rendeu algumas comparações com Titane.
Amazon Prime Video
Sim, a nova temporada de The Boys é o chamariz da Amazon esse mês. Mas no departamento filminhos, temos… bem, temos nada. O foco parece ser mesmo nos seriados, com o catálogo de cinema ganhando o acréscimo de títulos previamente lançados na locação digital como O Jogo de Amor-Ódio (10), A Galeria dos Corações Partidos (23) e A Ilha da Fantasia (30). De mais “engajante”, só o Sempre em Frente (24) de Mike Mills.
Disney+ / Star+
Enquanto nas séries tanto Disney (Ms. Marvel, mais Obi-Wan Kenobi, as séries da Marvel na Netflix) quanto no Star (a segunda temporada de Only Murders in the Building e o lançamento atrasadíssimo de American Crime Story) se preparam para um mês cheio, nos filmes as plataformas da Walt Disney seguem mantendo os motores mornos e bancando a aposta em títulos isolados. Dessa vez, os destaques são:
Orgulho & Sedução (3, Star+), releitura contemporânea e LGBT+ de Orgulho e Preconceito que a Searchlight Pictures preparou para o streaming;
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (22, Disney+), que chega ao streaming apenas um mês e meio depois do lançamento nos cinemas;
Rise (24, Disney+), uma cinebiografia à la Disney da infância de Giannis Antetokounmpo e sua família;
e Palm Springs (3, Star+), que enfim é lançado no Brasil após dois anos de sumiço sem grandes explicações.
Além disso, o Star este mês tem algumas várias peculiaridades entrando no catálogo este mês, de filmes celebrados a produções esquecidas. Isso inclui Brazil: O Filme (3), Abaixo o Amor (3), Garotas Selvagens (3), O Céu de Outubro (10), Para Wong Foo, Obrigada por Tudo! Julie Newmar (10), O Castelo de Vidro (24), Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre (24), O Despertar de um Homem (24) e Sonho de uma Noite de Verão (24).
MUBI
Junho é um mês cheio pra MUBI, e não apenas porque a seleção diária segue forte. O serviço tem lançamentos no streaming para quase todas as semanas, incluindo:
The Girld and the Spider (15), belo filme dos Zürcher que antes só havia sido exibido aqui na programação da Mostra do ano passado;
Pleasure (17), o famigerado filme que foi largado pela A24 nos EUA e é mais um drama ambientado no mercado pornográfico;
Vitalina Varela (27); premiado filme de Pedro Costa que chega ao serviço poucas semanas depois de finalmente lançado nos cinemas;
E We (29), de Alice Diop e exibido em Berlim no ano passado.
Além disso, chega ao catálogo durante o mês o Estação do Diabo (1) do Lav Diaz, o A Negra de… (6) e O Carroceiro (7) de Ousmane Sembène, o Bully (11) de Larry Clark, Caçadores de Emoção (12) de Kathryn Bigelow, A Besta Humana (16) de Renoir, O Preço da Traição (26) de Atom Egoyan e O Apocalipse de um Cineasta (28), o eterno documentário máximo sobre os bastidores de Apocalypse Now.
Netflix
Depois de alguns meses de vacas magras e muita crise, a Netflix chega ao meio do ano com o esperado retorno de volume. Em termos de filmes, são pelo menos quatro lançamentos de potencial no radar:
Interceptor (3), suspense de ação australiano com Elsa Pataky no elenco;
Arremessando Alto (8), o novo filme “sério” de Adam Sandler envolvendo basquete e produção de LeBron James;
Spiderhead (17), o segundo filme de Joseph Kosinski com Miles Teller no ano (só troca o Tom Cruise pelo Chris Hemsworth);
e O Homem de Toronto (24), filme de Kevin Hart co-estrelado por Woody Harrelson que a companhia comprou da Sony há uns meses.
O que ando fazendo
Escrevi sobre O Homem do Norte e Jurassic World: Domínio no Medium;
Gravei episódios do Cinemático sobre Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, O Homem do Norte, O Peso do Talento, Tico e Teco: Defensores da Lei, Dog: A Aventura de Uma Vida, Top Gun: Maverick e RRR, além das séries Pachinko, Cavaleiro da Lua e Lakers: Hora de Vencer. Tudo disponível nos melhores agregadores de podcast.